Task Force on Climate-Related Financial Disclosure (TCFD)
Task Force on Climate-Related Financial Disclosure (TCFD)
A gestão dos aspectos relacionados às mudanças climáticas faz parte da estratégia de negócios da Klabin e é um dos temas prioritários da Agenda Klabin 2030, os KODS – Objetivos Klabin para o Desenvolvimento Sustentável. Assumimos a dianteira nas discussões sobre o tema e fomos a primeira empresa brasileira a se comprometer com metas para a redução e neutralização de emissões de Gases de Efeito Estufa (GEE), validadas pela ciência.
Supervisão do Conselho de Administração
Os principais órgãos que compõe o sistema de governança da Klabin são: Assembleia Geral, Conselho de Administração e Diretoria. É do Conselho de Administração a responsabilidade de monitoramentos dos resultados e a definição de estratégias que direcionam a organização. Isso ocorre bimestralmente, ou em caráter extraordinário para outras deliberações estratégicas, como as de comunicação com o mercado.
O Conselho conta com o assessoramento de três órgãos para avaliar temas específicos: Comitê de Auditoria e Partes Relacionadas, Comitê de Pessoas e Comitê de Sustentabilidade. Os Comitês têm função de avaliar e manifestar pareceres sobre assuntos a eles atribuídos, de acordo com seus respectivos Regimentos, aprovados pelo Conselho de Administração. O Comitê de Auditoria e Partes Relacionadas acompanha e monitora, entre outros assuntos, os riscos e oportunidades relacionados à Companhia. Já o Comitê de Sustentabilidade é o órgão responsável por acompanhar e realizar recomendações ao Conselho de Administração sobre temas de Sustentabilidade, tais como aqueles relacionados às mudanças climáticas, sustentabilidade e questões ambientais, sociais e de governança (ASG), no geral.
Papel da Administração
Os fatores de risco climático pertinentes e as estratégias de mitigação e resiliência foram incluídos na matriz de riscos da Companhia, permitindo que o Conselho supervisione as informações relacionadas aos riscos e oportunidades climáticas, conforme papéis e responsabilidades descritas em políticas internas.
As questões estratégicas e riscos relacionados à mudança climática são introduzidas em pautas do Conselho de Administração através da Diretoria e/ou Comitês, com informações sistematizadas pelos órgãos consultivos da Companhia, como a Comissão de Riscos e a Comissão Fixa de Sustentabilidade, compostas por diretores da Klabin.
As comissões têm como função avaliar e monitorar as informações repassadas pelas Gerências de Sustentabilidade e Meio Ambiente e de Gestão de Riscos e Controles Internos, que têm por objetivo identificar, analisar, tratar e monitorar com frequência os riscos e oportunidades derivadas das mudanças do clima que podem inferir nas atividades e na estratégia da Companhia, além de propor medidas de mitigação desses riscos e de potencialização das oportunidades, vinculados à criação de planos de ação e orçamentos.
Reforçando ainda mais a importância do tema pela Klabin, o Diretor Executivo (Chief Executive Officer – CEO) Cristiano Teixeira é o atual embaixador do ODS 13 (Ação contra a mudança global do clima) da Rede Brasil do Pacto Global da ONU, atuando no engajamento do setor privado com a redução das emissões de GEE a partir do estabelecimento de metas baseadas na ciência (Science Based Target initiative – SBTi) e com as campanhas Race to Zero e Race to Resilience.
Em 2022, 100% dos diretores executivos contrataram metas de Mudanças do Clima vinculadas a um Índice ESG, que prioriza temas de acordo com o risco e a relevância no ano. Foi observado um crescimento de 50% em relação a contratação de 2021, demonstrando como a incorporação das recomendações da Força Tarefa e os demais compromissos climáticos estão presentes no dia a dia da alta liderança e dos colaboradores.
Um dos aspectos mais importantes no sucesso de uma companhia é o estabelecimento de uma estratégia robusta. As recomendações da TCFD estabelecem diretrizes para que o desempenho futuro das empresas seja avaliado não só a partir das condições vigentes hoje, mas em função das condições climáticas em transformação, levando em conta seus impactos futuros e mudanças decorrentes desse cenário. São consideradas tanto as condições físicas vigentes e possíveis cenários de evolução quanto a transição para um contexto de maior rigidez regulatória e do mercado quanto aos impactos dos sistemas produtivos e suas consequências para o clima.
Seguindo as recomendações da TCFD relacionada à área de estratégia climática, a Klabin divulga os potenciais e atuais riscos e oportunidades climáticas nos negócios da empresa, apresentando de que forma isso está sendo incorporado à sua estratégia e planejamento financeiro.
Sendo assim, foi possível obter como produto o entendimento não apenas para identificação de tais riscos quanto o entendimento sobre a magnitude de impacto financeiro e o horizonte temporal projetado para a materialização, definidos conforme os critérios adotados pela Companhia.
A partir de critérios de seleção e fatores de riscos mapeados, a Klabin levantou os fatores de risco climáticos para a empresa, considerando riscos crônicos, relativos a consequências de longo prazo; agudos, desencadeados por eventos climáticos extremos; e de transição, que surgem na trajetória de mudança para uma economia de baixo carbono.
A Klabin gradualmente vem implementado os riscos e as oportunidades no seu planejamento financeiro e estratégico. A partir de 2020, iniciou o mapeamento dos riscos e das oportunidades climáticos, tendo como produto final a priorização dos riscos que estão incluídos na matriz de gestão de riscos da Companhia, com revisão periódica.
Cenários
Para a identificação dos riscos físicos foram utilizados cenários climáticos futuros, especialmente, os cenários RCP 2.6 e RCP 8.5 – Representative Concentration Pathways – que simulam patamares de concentração de carbono na atmosfera ao longo dos anos, o que permite identificar potenciais consequências das alterações climáticas (riscos físicos).
Para identificação dos riscos regulatórios, a Klabin utiliza o cenário “Sustainability Development Scenario” (SDS), um cenário normativo que mapeia um caminho consistente com a meta “bem abaixo de 2 °C” do Acordo de Paris, ao mesmo tempo em que alcança acesso universal e melhora a qualidade do ar. Além disso, é um cenário integrado que especifica um caminho que visa a garantir o acesso universal a serviços de energia acessíveis, confiáveis, sustentáveis e modernos até 2030 (ODS 7), a redução substancial da poluição do ar (ODS 3, ODS 9) e tomando medidas efetivas para combater as mudanças climáticas (ODS 13).
Adicionalmente, cenários como as Nationally Determined Contributions (NDCs), estudos macroeconômicos e projeções internas de mercado também foram adotados para a identificação dos riscos e das oportunidades do clima relacionados a mercado, regulação e tecnologias, entre outros (riscos de transição).
Risco de Transição
As Alterações regulatórias que acarretem maiores exigências por eficiência, controle de emissões e monitoramento do uso do solo, podem promover pressões em nível nacional e internacional sobre as operações da Companhia, representando um risco de transição para a Klabin. Nesse contexto, os principais riscos identificados para o seus negócios foram:
- Criação de um mercado de precificação de carbono brasileiro;
- Taxação de produtos brasileiros no exterior por risco de carbon leakage;
- Repasse do custo do carbono sobre inputs por criação do mercado de precificação de carbono no Brasil;
- Os riscos associados ao fator de Alterações Regulatórias têm impacto financeiro de magnitude média e podem ocorrer num horizonte de médio a longo prazo.
Impacto | Descrição e impactos | Horizonte temporal | Magnitude do Impacto Financeiro | Percentual do EBITDA (2021) |
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Mercado de precificação de carbono no Brasil | Um fator externo de possível impacto nas organizações nacionais é o estabelecimento de precificação de carbono - taxa ou sistema de comércio de emissões (cap and trade) - por vias regulatórias no Brasil, como uma forma de impulsionar a transição para uma economia de baixo carbono e promover a eficiência, competitividade e sustentabilidade das organizações. Nesse mercado, emissões de gases de efeito estufa passariam a ser taxadas, o que aumentaria os custos da operação da Klabin. Estudos de mercados de precificação de carbono em economias similares ao Brasil indicam potencial exposição da Klabin a taxas de $5 a $13/tCO2. Essa taxa impactaria, a médio prazo, emissões de escopo 1 das principais unidades industriais (Puma e Monte Alegre), dadas suas escalas. A companhia adota em suas análises de impacto um custo mínimo de R$ 40 por tonelada de carbono equivalente. | Médio prazo | Baixo | 0,52% |
Repasse do custo do carbono sobre inputs por mercado de precificação de carbono no Brasil | O estabelecimento de mercado de precificação de carbono impacta toda a cadeia produtiva de insumos consumidos pela Klabin, provavelmente de forma a aumentar seus custos, principalmente para insumos chave consumidos pela companhia como energia e combustíveis. Esse aumento é passível de ser agregado ao preço de compra e venda desses insumos, aumentando os gastos de operação da Klabin. De acordo com estudos da CNI, o aumento no preço da eletricidade devido ao estabelecimento de um mercado de precificação de carbono é da ordem de 3,0%, enquanto o aumento no preço de combustíveis fósseis é da ordem de 8,0%. | Médio prazo | Baixo | 0,56% |
Taxações no exterior por risco de carbon leakage | Com o amadurecimento das políticas de taxação de carbono em países europeus, percebe-se a possibilidade de determinações regulatórias para taxação de produtos oriundos de mercados sem políticas de precificação do carbono, de modo a equilibrar a competitividade no mercado externo. Recentemente, foi lançado o Carbon Border Adjustment Mechanism da União Europeia que propõe a implicação de taxa de carbono pela negociação de produtos exportados. Apesar da proposta inicial não contemplar o setor de papel e celulose, há o risco da inclusão do setor em adequações futuras. Estudos relacionados ao mercado de carbono europeu indicam que o valor das allowances no EU ETS - e consequentemente os Certificados CBAM - podem variar, em cenários futuros, de 50 a 70EUR. Essa taxa impactaria as emissões da companhia derivadas do processo produtivo de celulose e papel exportados para União Europeia. | Longo prazo | Baixo | 0,30% |
Investimento na Estratégia de Resiliência: US$627.877.364,00
Entre 2003 e 2021, a Klabin reduziu mais de 66,5% das suas emissões específicas de GEE (escopo 1 e 2), a partir da substituição do consumo de combustíveis não renováveis por combustíveis renováveis, contribuindo com a transição para uma economia de baixo carbono.
Para isso, a Klabin já investiu US$ 627.877.364 em equipamentos de baixo carbono, com o intuito de aumentar a matriz energética proveniente de fontes renováveis e reduzir as emissões de GEE.
Investimento da Estratégia de Resiliência
Desde 2020, a Klabin adota um preço interno de carbono e incluiu este preço nas análises de viabilidade dos projetos internos. Nas análises adota-se um preço sombra (shadow price) de R$ 40/tCO2eq. Juntamente com isso, a Klabin desenvolveu a Curva de Custo Marginal de Abatimento (do inglês, Marginal Abatement Cost Curve – MACC), onde projetamos, para todos os projetos avaliados, o custo/receita do projeto, em R$/tCO2eq, e o potencial de redução de emissões de GEE do projeto, em tCO2eq. Em paralelo, três grandes projetos foram realizados entre 2020 e 2021, a caldeira de biomassa na unidade de Piracicaba e as plantas de tall oil e gaseificação de biomassa na Unidade Puma. Esses três projetos juntos reduziram mais de 150 mil tCO2eq por ano. A precificação interna faz parte da estratégia de resiliência da Klabin, antecipando uma possível regulação do carbono no Brasil.
Curva MACC - Curva de Custo Marginal de Abatimento
Definição de metas
Em 2019, a Klabin assinou o compromisso junto à Science Based Target Initiative (SBTi) de submeter metas de redução de GEE alinhadas à ciência. Em maio de 2021, as duas metas submetidas pela Klabin foram aprovadas pela SBTi. Essas metas buscam reduzir 25% as emissões de escopo 1 e 2 por tonelada de celulose, papel e embalagem até 2025 e 49% até 2035, com base no ano de 2019.
Abaixo, apresentamos os cenários de redução previstos para alcançar as metas considerando os projetos que foram analisados e incluídos na curva MACC da Klabin.
Projeção 2035
Esses cenários de redução de GEE contribuem com a transição para uma economia de baixo carbono e geram um menor impacto financeiro de possíveis regulamentações, como o mercado regulado de carbono no Brasil e o mecanismo de ajuste de fronteira (Carbon Border Adjustment Mechanism – CBAM) da União Europeia (UE). Este último tem por objetivo adicionar uma taxa de carbono nas importações de países menos ambiciosos na agenda climática. O mecanismo está sendo considerado devido à ambição da UE de atingir a neutralidade climática até 2050 e ao preço relativamente alto do carbono necessário para atingir essa meta (devido ao mercado regulado europeu). O objetivo é evitar o “vazamento de carbono” (carbon leakage), ou o encerramento da produção local e o seu deslocamento para países com políticas climáticas menos rigorosas. O CBAM não cobre produtos de celulose e papel, porém, por medida de prevenção, a Klabin adota análises de impacto considerando a compra de certificados CBAM para os produtos exportados para Europa. Além disso, produtos com menor emissões de GEE tendem a ter um impacto financeiro menor devido à taxação do carbono pelo mecanismo.
Escopo 3
No escopo 3, a Companhia já contabiliza as emissões das categorias de bens e serviços comprados (categoria 1), as das atividades relacionadas a combustível e a energia não inclusas nos escopos 1 e 2 (categoria 3), as de transporte e distribuição pagos pela Klabin (categoria 4), as de resíduos gerados (categoria 5), as de viagens a negócio (categoria 6) e as de deslocamento de colaboradores (categoria 7). O objetivo da Companhia para os próximos anos é ampliar a contabilização das emissões das categorias de processamento de produtos vendidos (categoria 10) e de tratamento de fim de vida dos produtos vendidos (categoria 12) e continuar ampliando a contabilização das emissões dos bens e serviços prestados, buscando mensurar, no mínimo, 90% do total gasto pela Companhia com seus parceiros comerciais. Uma equipe interna da Klabin, com apoio de uma consultoria externa, vem desenvolvendo estratégias de contabilização das emissões de GEE que abranjam toda a cadeia de valor da Companhia através de uma sistemática de avaliação da maturidade da gestão de carbono dos fornecedores.
Além da gestão de carbono e ampliação da mensuração do escopo 3, a Klabin possui um programa de gestão da sustentabilidade da cadeia de fornecimento que tem por objetivo assegurar que os fornecedores implementem e sigam as boas práticas sociais e ambientais, e garantam a boa gestão dos riscos potenciais presentes nas atividades desenvolvidas, conforme estabelecido pelo Termo de Condições Gerais de Fornecimento da Klabin e o Código de Conduta de Fornecedores.
A gestão da cadeia de fornecedores é realizada com o uso da metodologia da EcoVadis, que avalia os fornecedores nos temas de Meio Ambiente, Práticas Trabalhistas e Direitos Humanos, Ética e Compras Sustentáveis. Por meio dessa plataforma colaborativa é possível medir a qualidade do sistema de gestão de Responsabilidade Social Empresarial dos fornecedores a partir de suas políticas, ações e resultados.
Para mais informações sobre esse Programa, acesse Painel ASG – Desempenho socioambiental de fornecedores.
A Klabin também participa do Comitê de Mudanças Climáticas do Instituto Brasileiro de Árvores, em conjunto com outras grandes empresas do setor, atuando estrategicamente em questões relacionadas às mudanças climáticas, riscos e oportunidades e engajamento de toda a cadeia de valor.
Por fim, a Klabin tem desenvolvido e submetido alguns projetos de geração de créditos de carbono relacionados à restauração florestal e à geração e consumo de biocombustíveis, em parceria com consultorias brasileiras, como a Future Carbon e a Plantar Carbon. Atualmente, a Klabin possui dois projetos submetidos (um ao Mecanismo de Desenvolvimento Limpo – MDL e um ao Gold Standard) e dois projetos em desenvolvimento que serão submetidos ao Global Carbon Council (GCC).
Outras iniciativas
Por fim, a Klabin tem desenvolvido e submetido alguns projetos de geração de créditos de carbono relacionados à restauração florestal e à geração e consumo de biocombustíveis, em parceria com consultorias brasileiras, como a Future Carbon e a Plantar Carbon. Atualmente, a Klabin possui dois projetos submetidos (um ao Mecanismo de Desenvolvimento Limpo – MDL e um ao Gold Standard) e dois projetos em desenvolvimento que serão submetidos ao Global Carbon Council (GCC).
Risco Físico Crônico
A redução na disponibilidade e na qualidade da água em quase todas as regiões do país é um risco crônico que pode levar à diminuição drástica ou até à interrupção do abastecimento hídrico. Nesse contexto, os principais riscos identificados para os negócios da Klabin foram:
- Possibilidade de redução da atividade industrial por falta ou redução da disponibilidade de água e energia;
- Pressão sobre o abastecimento de água, traduzido como aumento das tarifas de uso ou captação;
- Pressão sobre o abastecimento de energia, tendo em vista a relevância da matriz hídrica no Brasil, traduzido como aumento da tarifa de utilização;
- Postergação do plantio de áreas florestais.
Os riscos associados ao fator de Escassez Hídrica têm impacto financeiro de magnitude média e podem ocorrer num horizonte de curto a longo prazo.
Aumento na tarifa de energia
Descrição | Horizonte temporal | Magnitude do impacto financeiro | Percentual do EBITDA (2021) | Investimento na Estratégia de Resiliência |
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A escassez hídrica pode levar a pressão no gerenciamento de energia, devido à matriz energética brasileira contar com considerável geração a partir de hidrelétricas. A energia é um recurso importante nas operações da Klabin e, seja no seu uso para processos industriais ou pelos colaboradores, o aumento da tarifa para aquisição pode representar um aumento de custos de operação para a companhia. Foram feitas simulações com dados internos da Klabin, considerando cenários de escassez hídrica e as variações históricas de preço dos contratos em períodos de seca e períodos regulares, considerando aumento de 4% a 40% no valor dos contratos de compra de energia da companhia. |
Curto prazo | Baixo | 1,02% | US$ 479.365.618,23 |
Aumento na tarifa de compra água e Incidência de novas tarifas de captação e uso de água
Descrição | Horizonte temporal | Magnitude do impacto financeiro | Percentual do EBITDA (2021) | Investimento na Estratégia de Resiliência |
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Cenários de escassez hídrica podem levar a pressão no gerenciamento do recurso, ocasionando aumentos tarifários. A água é um recurso importante nas operações da Klabin e, seja no seu uso para irrigação, consumo individual ou nos processos industriais, o aumento da tarifa para aquisição da água pode representar um aumento de custos de operação para a Companhia. Estudos de mercado relacionados a aplicação de tarifas de contigências no Brasil em períodos de escassez hídrica, indicam que o aumento da tarifa para estabelecimentos industriais pode assumir valores entre 20 e 40%. Esse aumento impactaria as unidades industriais da Klabin com fonte de água oriunda de concessionárias. |
Médio prazo | Baixo | 0,02% | O Investimento com a Estratégia de Resiliência Climática para os impactos acima está sendo calculado. |
Cenários de escassez hídrica podem levar a pressão no gerenciamento do recurso, ocasionando incidência de novas tarifas para captação e uso da água. A água é um recurso importante nas operações da Klabin e, seja no seu uso para irrigação, consumo individual ou nos processos industriais, o aumento do custo com o recurso pode representar um aumento de custos de operação para a Companhia. Estudos de mercado relacionados a aplicação de tarifas de captação e uso de água no Brasil, indicam uma tarifa média de R$0,1291. A aplicação de tarifas do tipo impactaria as unidades industriais da Klabin com fonte de água oriunda de captação. |
Médio prazo | Baixo | 0,20% | O Investimento com a Estratégia de Resiliência Climática para os impactos acima está sendo calculado. |
Redução da atividade industrial por alteração da disponibilidade de água
Descrição | Horizonte temporal | Magnitude do Impacto Financeiro | Percentual do EBITDA (2021) | Investimento na Estratégia de Resiliência |
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A falta ou redução da disponibilidade de água de qualidade adequada pode impossibilitar a operação industrial, seja pela necessidade de sua utilização em um processo ou pelo não atendimento de condições adequadas de trabalho para os colaboradores. Com base na ferramenta Aqueduct, a companhia mapeou as unidades industriais que estão atualmente sob área de estresse hídrico. Estudos internos com dados históricos de vazão dos rios que abastecem essas unidades indicam que a redução de vazão perdura o período médio de um mês, tempo considerado para simular os impactos em volume de produção. | Médio prazo | Médio | 2,25% | R$ 2.600.000,00 |
Redução da atividade industrial por alteração da disponibilidade de energia
Descrição | Horizonte temporal | Magnitude do Impacto Financeiro | Percentual do EBITDA (2021) | Investimento na Estratégia de Resiliência |
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A escassez hídrica pode impactar o fornecimento de energia para as fábricas da Klabin, devido à matriz energética brasileira contar com considerável geração a partir de hidrelétricas. O não fornecimento ou redução do fornecimento de energia pode impossibilitar a operação industrial, seja pela necessidade de sua utilização em um processo ou pelo não atendimento de condições adequadas de trabalho para os colaboradores. Em estudos internos foi mapeado o percentual de consumo energia não atendido por geração própria da Klabin (dada a predominância de autoprodução proveniente de biomassa, essa energia não seria afetada pelo risco de escassez hídrica). Para compreender a magnitude do impacto financeiro, foram simuladas hipóteses de redução de produção. | Médio prazo | Médio | 2,25% | US$ 479.365.618,23 |
Postergação do plantio de mudas por alteração no regime hídrico
Descrição | Horizonte temporal | Magnitude do Impacto Financeiro | Percentual do EBITDA (2021) | Investimento na Estratégia de Resiliência |
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A escassez hídrica, e outros impactos da mudanças do clima como o risco de geadas, pode prejudicar o desenvolvimento de plantios florestais, diminuindo sua produtividade e impactando na capacidade produtiva da Klabin. Dessa forma, o risco de postergação de plantio de mudas está associado a possibilidade de perda de áreas de cultivo caso deixassem de ser irrigadas. Simulações com dados internos da Klabin, considerando os estudos de risco e aspectos da cobertura de seguros, resultam em impactos na estratégia de plantio florestal, de modo a concentrar cerca de 80% do plantio planejado das espécies de Eucalyptus no segundo semestre do ano, evitando plantio de mudas no período de junho a agosto. A mudança de estratégia geraria um aumento de custos ligados a desmobilização de funcionários, devido a não previsibilidade de continuidade de plantios nos mesmos níveis no primeiro semestre do ano seguinte, e a atividades extras de silvicultura, devido a necessidade de tratos culturais especiais para esse período do ano. | Longo prazo | Baixo | 0,15% | R$ 11.000.000,00 |
A Klabin gera internamente mais de 88% (2021) da energia necessária para suprir a demanda de todas as suas unidades, tornando-a pouco suscetível a alterações de curto prazo nas tarifas de energia. Além disso, possui contratos de longo prazo com as geradores e comercializadoras de energia, o que minimiza ainda mais esse impacto de aumento da tarifa em suas operações.
Ainda buscando minimizar os impactos desse risco, monitora mensalmente o nível dos reservatórios e montantes de geração térmica do país, possibilitando avaliar potenciais impactos no médio prazo. A Klabin realizou um investimento de US$ 479 milhões para instalação das caldeiras de recuperação de licor e de biomassa da Unidade Puma (considerando Puma I e Puma II), o que permite que ela seja autossuficiente em energia e ainda comercialize o excedente ao mercado brasileiro. Novos projetos estão sendo avaliados para ampliar a geração própria da Klabin, bem como substituir a geração por tecnologias de baixo carbono.
Redução do uso de água
Como forma de reduzir os impactos relacionados ao aumento da tarifa de água, a Klabin tem trabalhado na redução da necessidade do recurso em todas as suas unidades industriais.
Além disso, tem trabalhado em possíveis alternativas para as unidades que possuem apenas uma fonte de captação de água, evitando assim a possibilidade de impactos nas produções das unidades. Atualmente, menos de 0,1% da água total utilizada pela Klabin é proveniente de concessionária, onde haveria o principal impacto pelo aumento da tarifa de água. Algumas unidades que utilizam águas superficiais também já possuem custo para esta finalidade, entretanto, isso ainda representa pouco quando comparado com o total captado pela Companhia.
Além disso, a Klabin vem ampliando a precificação interna de água dentro das unidades, repassando os custos de captação e tratamento, principalmente, para as áreas que realmente utilizam esta água, fortalecendo a ideia de trabalharmos em redução de captação de água em todas as unidades.
Desde 2004, a Klabin já reduziu em mais de 51,5% o uso específico de água (m³/t), como mostra o gráfico abaixo.
Uso específico de água
Atualmente, a área de Sustentabilidade realiza o monitoramento das unidades localizadas em regiões de estresse hídrico, atualizando essas áreas com base na ferramenta Aqueduct Water Risk Atlas do World Resources Institute (WRI), monitorando:
a) Percentual de água captada e descartada (após tratamento) em áreas de estresse hídrico pelo total da Klabin S.A (%)
b) Percentual de unidades localizadas em áreas de estresse hídrico (%);
c) Percentual da receita total correspondente às plantas localizadas em áreas de estresse hídrico (%)
d) Receita das unidades localizadas em áreas de estresse hídrico (R$ MM).
Em suas áreas florestais, a Klabin opera com o conceito de Manejo Hidrossolidário, ou seja, uma estratégia de manejo baseada no equilíbrio entre a produção florestal e a produção de água. Dessa forma, é possível integrar as diferentes necessidades do insumo, incluindo comunidades vizinhas e processos ecológicos. Essa atividade tem início na etapa de planejamento florestal, que leva em consideração as microbacias hidrográficas e os pontos de captação de água dos vizinhos.
Descarte de Efluentes
Os padrões mínimos de descarte de efluentes são baseados nas legislações municipal, estadual e federal de cada unidade. A Klabin também compara seus resultados com os indicadores do International Finance Corporate (IFC), que possui parâmetros de referência para o setor de celulose e papel. Para determinação dos limites máximos de lançamento, a Klabin realiza estudos de dispersão hídrica e de autodepuração do corpo hídrico para avaliar e determinar os limites que não gerem alteração na qualidade de água e no volume do corpo hídrico.
Em 2021, o volume de água reaproveitada/reciclada na Klabin representou cerca de 2,1 vezes o volume de água bruta captada, cerca de 245,6 bilhões de litros de água.
Finanças Sustentáveis
A Klabin precificou a emissão de US$500 milhões em títulos seniores representativos de dívida com garantia integral (Senior Unsecured Notes), atrelados às metas de performance em sustentabilidade com prazo final para 2030, tendo o ano de 2025 como gatilho para a precificação da taxa de juros seguinte.
Os Key Performance Indicators (KPIs) estão alinhados a três Objetivos Klabin de Desenvolvimento Sustentável (KODS) que, por sua vez, estão atrelados ao plano de crescimento da Companhia. Os títulos referentes a essa emissão estão suscetíveis a reajustes no cupom (juros) no caso de alcance ou não das metas estabelecidas pela Companhia em 2025, como definido pelo Sustainability Performance Trigger (SPT).
As metas selecionadas pela Klabin nesta operação – nos temas de água, resíduos e biodiversidade – são identitárias da ambição da Companhia em elevar a resiliência e a racionalidade de seu modelo de extração, transformação, reaproveitamento e regeneração de recursos. A influência da Klabin sobre estes três temas impacta diretamente a sua custo-eficiência, a sua habilidade de manter relações construtivas com a sociedade e, ultimamente, a própria capacidade do ecossistema onde a Companhia opera em responder positivamente aos estímulos de maior produtividade, tanto para as operações florestais quanto as industriais.
Para mais informações, acesse o link o Painel ASG – Finanças Sustentáveis.
Medidas Mitigadoras
Além disso, também realiza o monitoramento diário da vazão dos rios que abastecem todas as unidades da Klabin e os volumes de chuvas destes locais através de relatório interno ligado diretamente à base de dados da ANA (Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico).
Em 2021, as unidades elaboraram planos de ação para cenários de redução de 10, 20 e 30% na captação de água, prevendo uma possível solicitação por parte dos órgãos ambientais devido à crise hídrica que passamos no país. Sendo assim, as unidades desenvolveram ações para reduzir momentaneamente a captação, impactando ou não na produção das fábricas, e também ações de redução à longo prazo, priorizando obterem fontes alternativas para captação de água.
A área de negócio Florestal implementou ações específicas ao controle e monitoramento de incêndios florestais:
– Aumento das áreas com irrigação no plantio de mudas;
– Planejamento florestal integrado à microbacia, o que implica a adoção de melhores práticas de manejo florestal para diminuir os impactos em bacias hidrográficas;
– Conservação florestal, garantindo os serviços ecossistêmicos de regulação e qualidade da água e microclima local;
– Investimentos na estruturação de equipamentos para plantio irrigado, incluindo motobombas, caminhões pipas, e equipamentos de silvicultura para irrigação e/ou plantio semimecanizado com irrigação.
Risco Físico Crônico
Com o risco crônico de variação da temperatura média, as ondas de calor se tornarão mais intensas em quase todas as regiões do país, acarretando inúmeros impactos às atividades florestais e industriais. Nesse contexto, os principais riscos identificados para os negócios da Klabin foram:
- Aceleração do ritmo de pragas florestais;
- Aumento na frequência e severidade incêndios florestais e geadas;
- Pressão sobre o ritmo de crescimento da floresta plantada.
Os riscos associados ao fator de Variação de Temperatura têm impacto financeiro de magnitude média e podem ocorrer num horizonte de longo prazo.
Aceleração do ritmo de pragas florestais e queda de produtividade florestal
Descrição | Horizonte temporal | Magnitude do Impacto Financeiro | Percentual do EBITDA (2021) | Investimento na Estratégia de Resiliência |
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A distribuição e frequência de pragas depende de um conjunto de fatores ecológicos e agroclimáticos. O aumento da temperatura média da região e as demais alterações climáticas associadas podem acelerar os ciclos de proliferação de pragas. PRAGAS: Índice de ataque: 50% Volume de madeira de eucalipto atacado: 3.756.845 toneladas. Volume de madeira de pínus atacado: 5.461.349 toneladas. DOENÇAS: Índice risco de infestação: 15% (euca) e 10% (pínus) Volume de madeira de eucalipto atacado: 1.502.738 toneladas. Volume de madeira de pínus atacado: 1.456.360 toneladas | Médio prazo | Médio | 1,61% | R$ 3.669.666,00 |
Quantidade e frequência de seca intensa, temperatura mínima, temperatura média, evapotranspiração potencial e déficit hídrico são fatores que influenciam no crescimento das florestas plantadas de pínus e eucalipto. Assim, o aumento da temperatura, tudo o mais constante, pode implicar no aumento da evapotranspiração, e consequente redução da produtividade florestal tanto para pinus quanto para eucalipto. Esse efeito pode ser acentuado pelo aumento dos períodos de estiagem ou redução da precipitação média. Estudos específicos desenvolvidos pela Klabin apontam uma tendência geral de elevação da temperatura na região do Paraná, com índice médio de 0,32°C por década. Para o período de 2020 - 2035, esses estudos estimam perda de produtividade florestal de 3% para eucalipto e 5% para pinus. | Longo prazo | Baixo | 0,41% |
Aumento na frequência e severidade dos incêndios
Descrição | Horizonte temporal | Magnitude do Impacto Financeiro | Percentual do EBITDA (2021) | Investimento na Estratégia de Resiliência |
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A elevação da temperatura média e mudanças no regime de precipitação podem provocar condições quentes e secas suficientes para favorecer a ocorrência e proliferação de queimadas e incêndios florestais, o que colocaria em risco áreas de silvicultura da Klabin. Estudos específicos desenvolvidos pela Klabin a partir da projeção de dados históricos de umidade, temperatura e precipitação, seguindo a tendência de aumento de temperatura, demonstraram que, em 2035, 51% dos dias do ano estariam sob risco de incêndio alto ou muito alto, segundo a padronização de classes de risco da Fórmula de Monte Alegre. | Longo prazo | Baixo | 0,40% | R$ 5.300.000,00 |
Aumento na frequência e severidade de geadas
Descrição | Horizonte temporal | Magnitude do Impacto Financeiro | Percentual do EBITDA (2021) | Investimento na Estratégia de Resiliência |
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A variação da temperatura média e mudanças no regime de precipitação podem provocar condições favoráveis para aumento de frequência e severidade de geadas, o que colocaria em risco áreas de silvicultura da Klabin. Dados internos da Klabin sugerem que florestas jovens são mais vulneráveis a danos por geada. Esse evento, além de acarretar em perda do investimento feito nas respectivas áreas florestais, causa gastos adicionais com compra de madeira para reposição e manutenção da produção industrial. | Curto prazo | Baixo | 0,62% | O Investimento com a Estratégia de Resiliência Climática para os impactos acima está sendo calculado. |
A Klabin possui um Departamento de Pesquisa Florestal responsável por pesquisas e desenvolvimento de soluções florestais para mitigar os impactos das mudanças do clima. O trabalho envolve diferentes linhas como a biotecnologia, melhoramento genético, fitossanitária e manejo florestal, que desenvolve clones de pinus e eucalipto com o objetivo de aumentar a produtividade florestal e a resistência das espécies aos impactos das mudanças do clima. O departamento é responsável ainda pela elaboração e avaliação de Cenários Climáticos. Para isso, trabalha com um modelo de dados relacionados à exposição aos parâmetros climáticos, avaliando o impacto das mudanças nas florestas plantadas e recomenda as medidas necessárias em caso de efeitos adversos.
Em 2021, foram iniciados projetos relacionados à flutuação populacional de pragas ao longo das diferentes estações do ano e regiões florestais, com o intuito de criar indicadores para cada praga florestal de ocorrência a sua preferência por materiais genéticos, a influência dos mosaicos florestais e a influência do clima relacionado à sua dinâmica de dispersão e infestação nos plantios. Para os próximos anos, a Klabin visa a ampliar a criação de inimigos naturais em laboratório visando a dispersão em larga escala em pontos estratégicos da empresa, além de projetos de pesquisa constantes visando à identificação de outros potenciais meios de controle, como: agentes microbiológicos, macrobiológicos, componentes químicos ou mesmo de resistência genética.
Para isso, está sendo planejada a ampliação dos monitoramentos florestais visando a possibilidade do estudo acima em toda base florestal, e a contratação de mais pessoas em campo para o monitoramento in loco. Atualmente são acompanhados através de diferentes bases, indicadores de levantamento de campo associado à ocorrência de pragas florestais. Como também são realizadas diferentes pesquisas visando a assegurar a proteção de plantas ao ataque de pragas e doenças que possam reduzir a produtividade florestal.
Estão sendo investidos recursos em um sistema de centralização de levantamentos de campo, visando criar uma base única de registros de ocorrências e possibilidade de maior agilidade de atuação frente à ocorrência de pragas esporádicas.
A Área de Negócio Florestal da Klabin ainda conta com o Programa de Estruturação de Incêndios Florestais, com treinamento de brigadistas; investimentos em ampliação de máquinas para combate ao incêndio – caminhão pipa e helicóptero; e investimentos em melhorias do sistema de torres de monitoramento, com a inclusão de sistema de detecção automática de focos e a inclusão de alertas para focos via satélite.
Ainda na área de negócio Florestal, a Klabin trabalha com um processo de planejamento tático de silvicultura (S&OP) responsável pela condução do Plano de Plantio (PP), indicando, através de disponibilidades, limitantes e restrições, qual a espécie ideal a ser plantada em cada talhão e em qual período (mês) do ano. Tendo em vista os possíveis danos de geadas, com base em mapeamentos realizados pelo time de pesquisa, foi desenvolvida uma restrição para limitar as espécies aptas a serem plantadas em áreas de maior risco, sendo essas mais resistentes aos impactos da geada. Adicionalmente, como forma de prevenção, não realizamos o plantio de eucalipto em zonas frias no período mais crítico do ano (abril a agosto).
As mudanças climáticas também podem promover oportunidades de ganhos financeiros para os negócios da Klabin. As condições climáticas emergentes e o maior controle visando à transição para uma economia estabelecida em sistemas produtivos dependentes de um volume inferior de emissões de gases de efeito estufa (GEE) criará oportunidades para empresas detentoras de portfolios mais sustentáveis, gerando incentivo ao uso de energias limpas e maior eficiência no uso de recursos.
Eficiência de recursos
O desenvolvimento de tecnologias pode promover ganhos de eficiência significativos no uso de recursos, produção e distribuição. Nesse contexto, a principal oportunidade identificada para os negócios da Klabin foi:
- Redução de custos por adoção de novas tecnologias.
Mercado
Com o aumento de regulações nacionais e internacionais, haverá inclusão e incremento na precificação das emissões de GEE, tornando créditos de carbono e comercialização de permissões mais atrativos e lucrativos. Nesse contexto, as principais oportunidades identificadas para os negócios da Klabin foram:
- Reduzir ou evitar a necessidade de adquirir permissões;
A redução da necessidade de aquisição de permissões se dará pelo investimento em tecnologias de baixo carbono, já demonstrado
Redução da necessidade de adquirir créditos de carbono para compensação das emissões para atendimento do NetZero;
A partir dos projetos de geração de créditos de carbono, a Klabin poderá emitir e utilizar esses créditos de carbono para compensar as suas próprias emissões de escopo 1, 2 e 3 durante o processo de descarbonização e atendimento da meta NetZero.
- Comercialização de créditos de carbono de áreas de produção comercial;
Em 2019, o PoA Reflorestamento para múltiplos propósitos como meio de desenvolvimento sustentável foi registrado na UNFCCC. Sujeito a validação, o projeto gerará créditos de carbono pelo reflorestamento de pinus e eucalipto em áreas com histórico de agricultura e/ou pastagem. O projeto contempla as modalidades de parceria comercial no Paraná e em Santa Catarina.
No âmbito industrial, em 2020, estabelecemos uma parceria com a Combio para a geração de créditos de carbono pela operação das caldeiras de biomassa instaladas nas unidades de Angatuba e Piracicaba. A iniciativa evita a emissão de GEE pela substituição de combustíveis fósseis por biomassa (resíduos de atividades agrícolas e de reflorestamento).
- Comercialização do excedente do Balanço positivo da empresa.
A equipe de sustentabilidade vem estudando a viabilidade de projetos de crédito de carbono como uma alternativa para o reconhecimento do balanço positivo de carbono da companhia, que contabiliza a contribuição das áreas de reflorestamento e de conservação da companhia para o sequestro e armazenamento de carbono.
Até o momento, entende-se que as oportunidades estão em projetos alinhados à serviços da biodiversidade em áreas de conservação sob gestão da companhia, a se destacar as RPPNs Monte Alegre e Serra da Farofa e o Parque Ecológico Klabin.
Produtos e serviços
O aumento na demanda por produtos com menores pegadas de carbono aumenta a demanda do uso de papel como substituto de materiais mais carbono intensivos, e por produtos reciclados, além de incentivar a opção pelo uso de insumos mais sustentáveis. Nesse contexto, as principais oportunidades identificadas para os negócios da Klabin foram:
- Uso de madeira substituindo concreto e aço na construção civil;
- Desenvolvimento de novos produtos que substituam materiais de maior pegada de carbono;
Em 2021, a Klabin lançou uma embalagem sackraft com aplicação de barreira em resina sustentável, que elimina a utilização de filme plástico em sua composição. O produto foi desenvolvido pelo Centro de Tecnologia, em parceria com a área Comercial e a gerência de Desenvolvimento de Produtos e atenderá, inicialmente, os segmentos de construção civil, fertilizantes e sementes.
O EcoLayer é um avanço em relação à embalagem anteriormente disponibilizada pela empresa, pois apresenta melhoria de performance. A eficiência da nova barreira impede a entrada de umidade, ampliando a vida útil do produto envasado, além de preservar suas características e manter a qualidade. Além disso, é uma solução resistente e reciclável, o que reduz significativamente a geração de resíduos e contribui para a economia circular.
A novidade é produzida na Unidade Correia Pinto (SC) e convertida nas três unidades de Sacos Industriais da Klabin – Lages (SC), Goiana (PE) e Pilar, na Argentina.
- Aumento no potencial de produção de produtos reciclados.
A frente de Pesquisa e Desenvolvimento + Inovação (P&D+I) da Klabin trabalha no aperfeiçoamento de práticas e processos voltados para a melhoria da performance das suas florestas e de seus processos produtivos, no desenvolvimento de produtos de base florestal de usos múltiplos, que sejam renováveis, recicláveis e biodegradáveis, e na gestão da interferência em toda a cadeia produtiva.
Fontes de energia
A otimização do consumo energético de plantas industriais, bem como a geração de energia nas indústrias apresentam grande potencial no caminho para a autossuficiência e produção de energia renovável. Nesse contexto, as principais oportunidades identificadas para os negócios da Klabin foram:
- Venda de energia para o SIN;
A venda de energia para o SIN teve início em 2016 com o start do Projeto Puma. No gráfico a seguir é apresentado o histórico e a prospecção até 2030.
Energia exportada para o Grid
- Redução no consumo de energia por aumento na eficiência energética.
No gráfico a seguir é apresentado o histórico de consumo de energia pelas nossas unidades e uma prospecção até 2030.
Energia consumida do Grid
Resiliência
A pressão para que sejam cumpridos acordos internacionais, como o Acordo de Paris, corroboram a importância do setor florestal, favorecendo a expansão de florestas comerciais. Nesse contexto, as principais oportunidades identificadas para os negócios da Klabin foram:
• Metas de reflorestamento determinadas pela NDC Brasileira para o Acordo de Paris;
A NDC brasileira estabeleceu como compromisso a restauração de 12 milhões de hectares de florestas até 2030. Nesse sentido, a Klabin apresenta como uma meta KODS a doação e/ou plantio de 1 milhão de mudas de espécies nativas para recuperação de áreas degradadas.
Para acompanhar a evolução da meta, acesso o link: Biodiversidade – Painel ASG (klabin.com.br)
2020 | 2021 | 2022 (prévia) |
Meta 2030 |
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66.071 | 115.780 | 384.523 | 1.000.000 |
- Disponibilidade de linhas de crédito e financiamentos mais acessíveis para negócios mais sustentáveis.
Os financiamentos com base na linha ESG podem ser consultados em nosso painel:
Finanças Sustentáveis – Painel ESG
- Disponibilidade de linhas de crédito e financiamento mais acessíveis para empresas mais sustentáveis.
Os financiamentos pautados na linha ASG podem ser consultados no nosso painel: Finanças Sustentáveis – Painel ASG (klabin.com.br)
Para o levantamento dos fatores mais alinhados ao core business da Klabin, foi realizado um amplo estudo na literatura, abrangendo as diretrizes da TCFD, além de outros estudos internos realizados pela Companhia.
Principais estudos utilizados na identificação e avaliação de riscos:
- Estudos disponíveis na literatura:
- WBCSD: Food, Agriculture and Forest products TCFD Preparer Forum;
- TCFD: Implementing the Recommendations of the Task Force on Climate related Financial Disclosures;
- Estudos específicos Klabin;
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- 2018. Fundação Brasileira para o Desenvolvimento Sustentável: Estudo sobre Manejo de Eucalipto e Mudanças Climáticas;
- 2016. PANGEA: Riscos Climáticos Klabin.
A partir das informações levantadas nos estudos, a identificação dos riscos e oportunidades foi realizada com base nas recomendações da TCFD e é composta por quatro etapas: priorização de riscos; modelagem de impacto financeiro; integração à gestão de riscos da Klabin; e definição de métricas e indicadores.
Priorização dos riscos e oportunidades: foi realizada uma avaliação crítica dos riscos já monitorados pela Klabin e a identificação dos impactos mais relevantes para o setor, aplicando os seguintes critérios: recorrência do fator identificado nos estudos e materiais analisados; potenciais impactos, comportamento e perspectivas climáticas e mercadológicas; frequência dos impactos no curto, médio e longo prazos; severidade dos impactos no curto, médio e longo prazos; e aderência dos impactos aos negócios e operações da Klabin.
Além disso, a avaliação de risco climático inclui atividades upstream da companhia em seu escopo. Os riscos climáticos físicos são avaliados nos fornecedores de madeira, principal matéria prima da Klabin. E os riscos de transição, em nossos fornecedores de químicos e combustíveis, identificando um possível impacto financeiro devido a ajustes de fronteira ou ao mercado regulado. Em 2021, a Klabin iniciou a identificação de projetos de redução de emissões na sua cadeia de valor, principalmente na de suprimentos.
Modelagem do impacto financeiro: foi construída metodologia de avaliação de impactos dos cinco fatores de risco julgados como prioritários; além da avaliação de cenários climáticos capazes de influenciar diretamente as operações da empresa.
Integração dos fatores de risco à gestão de riscos da Klabin: os impactos modelados foram utilizados para definição de inputs na ferramenta de gestão de riscos da Klabin, sendo possível a identificação das principais métricas de monitoramento e possíveis metas relacionadas à mitigação dos impactos mais expressivos.
Definição de metas e métricas: os fatores de risco foram classificados conforme a metodologia de gestão da Klabin para seleção de metas e métricas adequadas, contando com reuniões recorrentes de validação com o GT para alinhamento.
Tendo em vista a complexidade de traduzir os impactos dos fatores de riscos em valores monetários decorrentes da quantidade de fatores e incertezas acerca dos mercados envolvidos, foram adotadas simplificações na metodologia de avaliação de impactos. Dessa forma, foram desconsideradas as medidas de mitigação adotadas pela Klabin, responsáveis por amortecer os impactos financeiros dos fatores de riscos analisados. Além disso, não foram considerados os efeitos combinados entre diferentes fatores de risco.
No estudo, foram utilizadas fontes internas e externas para a determinação de indicadores e parâmetros, e os impactos foram considerados sob um horizonte temporal de um ano. Ademais, ainda que algum impacto esteja sujeito a mais de um fator de risco, ele foi atribuído a apenas um fator para fins de simplificação de seu monitoramento e avaliação.
As estimativas financeiras realizadas contaram com amplo levantamento de literatura, sendo analisados dados históricos, projeções futuras e, prioritariamente, dados atualizados do mercado. Contou-se também com informações e conhecimentos internos compartilhados pela Klabin.
Processos para gestão de riscos climáticos
A Política de Gestão de Riscos, aprovada pelo Conselho de Administração, tem como princípio o alinhamento dos objetivos estratégicos da Companhia e sua estrutura com as melhores práticas do mercado. De acordo com seus preceitos, o processo para gestão de riscos é composto por quatro etapas: identificação; avaliação; tratamento; e governança de acompanhamento.
Na primeira etapa, os riscos são identificados com base em análise de dados, transações e sistemas, avaliação de cenários de negócios e/ou condições operacionais e de mercado, entre outras condições que implicam em impactos relevantes para a Companhia.
Após a identificação, os riscos são avaliados de acordo com seu nível de criticidade, que é definido com base em dois aspectos: impacto e vulnerabilidade. Os níveis de cada risco são definidos segundo critérios objetivos, padronizados e validados internamente. Os resultados dessa avaliação são plotados na Matriz de Riscos da Klabin, dividida qualitativamente em graus de impacto e vulnerabilidade baixo, médio, alto ou crítico.
Após essa etapa, passa-se para o tratamento dos riscos, o que pode ser feito de forma a reduzir; transferir e/ou compartilhar; reter ou aceitar; ou explorar. O tratamento dos Riscos pode envolver também a criação e a implementação de Planos de Ação pelas respectivas Áreas de Negócios e Diretorias envolvidas.
Em etapa final, os riscos são acompanhados pelos Órgãos de Governança e pelo Conselho de Administração, conforme avaliação prévia da Comissão de Riscos.
A matriz de monitoramento de riscos é uma ferramenta interna já utilizada para a gestão de riscos da Klabin, e se baseia em dois fatores principais para determinar a sua relevância: o impacto quantitativo e a vulnerabilidade da organização em relação ao risco. Com base nesses critérios, são atribuídas notas de 1 a 4 aos riscos, determinando seu nível de criticidade para a Klabin e auxiliando na priorização da gestão de riscos.
Com base nessa ferramenta da Gerência de Riscos e Controles Internos, foi elaborada a matriz de criticidade dos fatores de riscos prioritários relacionados às mudanças climáticas. Essa é a base para incorporação dos fatores de riscos à metodologia de gestão de riscos Klabin, para integrar os riscos climáticos à gestão geral de riscos da organização, avaliando não somente os fatores de impacto financeiro, mas a exposição aos riscos e outros critérios qualitativos.
Alinhada às recomendações da TCFD, a Klabin mapeou e identificou os indicadores, as métricas e as metas relacionadas às mudanças climáticas. Essas metas estão aderentes aos objetivos de longo prazo da Companhia, os KODS (Objetivos Klabin para o Desenvolvimento Sustentável).
Alinhadas aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU (ODS’s), o conjunto de compromissos de curto, médio e longo prazos da Klabin organizam e orientam os marcos Ambientais, Sociais e de Governança (ASG) prioritários e aderentes ao plano estratégico de crescimento para a empresa. A progressão do conjunto de metas públicas e muitos outros indicadores estão disponíveis no website do Painel ASG da Klabin. Os indicadores são ferramentas que permitem verificar o desempenho da estratégia da empresa por meio de dados concretos. Em relação à mudança climática, certos indicadores podem ser utilizados como proxies para avaliação de riscos de maneira a estabelecer metas claramente identificáveis através das quais é possível monitorar as condições climáticas aplicáveis à Klabin.
Entre os KODS está o compromisso em alcançar metas de redução de emissões de gases de efeito estufa aprovadas pela iniciativa Science Based Targets (SBTi). Isso significa que as metas da Klabin estão em consonância com a ciência do clima, o desenvolvimento econômico sustentável e alinhadas ao desafio global de limitar o aumento médio da temperatura em 2°C. Além dos KODS foram identificados elementos adicionais de acompanhamento de impactos potenciais dos riscos e oportunidades relevantes para a Companhia, que devem ser monitorados à luz das recomendações da TCFD e de acordo com a estratégia e Gestão de Risco da Companhia.
Para os riscos de Alterações regulatórias, Alteração de temperatura e Escassez hídrica, as metas e métricas mapeadas e monitoradas são as seguintes:
Impacto | Métricas | Indicadores | Metas | Desempenho |
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Mercado de precificação de carbono no Brasil | Emissão absoluta (escopo 1) Emissão absoluta (escopo 2) Emissão absoluta (escopo 3) Energia gerada renovável Energia gerada não renovável |
Emissões absolutas totais (escopo 1+2+3) Intensidade de emissões (escopo 1+2+3) Intensidade de emissões (escopo 1+2) Número de unidades com emissões absolutas (escopo 1+2) acima de 200.000 tCO2e Matriz energética de fonte renovável |
SBTi: Reduzir as emissões de GEE (escopo 1 e 2) em 25% por tonelada de celulose, papel cartão e embalagens até 2025, e em 49% até 2035, a partir do ano base 2019 Alcançar 92% de participação de fontes renováveis na matriz energética Captura de 45 milhões de toneladas de tCO₂e da atmosfera |
Mudanças do Clima |
Repasse do custo do carbono sobre inputs por mercado de precificação de carbono no Brasil | ||||
Taxações no exterior por risco de carbon leakage | ||||
Aumento na tarifa de energia no regime hídrico | Volume de água captada Volume de água descartada Número de horas trabalhadas Consumo de energia Área total irrigada Área total não irrigada Área total florestal com manejo hidrossolidário Geração própria de energia |
Consumo específico de água Consumo específico de energia Percentual de localidades com iniciativas de segurança hídrica Percentual de autossuficiência de energia |
Ter 100% de operações de colheita florestal com manejo hidrossolidário Ter 100% das localidades onde atuamos com iniciativas para o aumento da segurança hídrica territorial Reduzir em 20% o consumo específico de água industrial 100% de compra de energia certificada proveniente de fonte renovável |
Uso de Água Uso de Energia |
Aumento na tarifa de compra água | ||||
Incidência de novas tarifas de captação e uso de água | ||||
Redução da atividade industrial por alteração da disponibilidade de água | ||||
Redução da atividade industrial por alteração da disponibilidade de energia | ||||
Postergação do plantio de mudas por alteração no regime hídrico |
Para se direcionar ao Plano de Ação Climática, acesse o link.
04/07/24