Gestão de riscos

Atuação e operações responsáveis, com indivíduos de todos os níveis comprometidos e capazes de agir de maneira responsiva e participativa nos processos de tomada de decisão.

Os riscos são avaliados conforme critérios de impacto e vulnerabilidade, obedecendo à classificação da Gerência de Gestão de Riscos e Controles Internos. Após esse processo, passam a ser gerenciados de acordo com sua criticidade. Metodologicamente, as tratativas para os riscos poderão ser: reduzir, transferir, aceitar ou explorar. Conforme a Política de Gestão de Riscos, eles são classificados em cinco categorias: estratégico, financeiro, operacional, regulatório e socioambiental.

Em 2020, por recomendação da Diretoria e aprovação do Conselho de Administração, foi definido um rol de 28 macro riscos considerados prioritários para monitoramento contínuo e desenvolvimento de Key Risk Indicators (KRIs - indicadores chave de risco, em português) na tentativa de tratar os eventos que possam desencadear uma possível materialização do risco. A metodologia, bem como o mapa de prioridades dos riscos foram novamente aprovados pelo Conselho de Administração em 2021, bem como apreciado também pelo Comitê de Auditoria e Partes Relacionadas da Klabin. Em 2022 apresentamos aos órgãos de governança a movimentação na criticidade dos macros riscos priorizados em relação ao ano de 2021. 

A metodologia de mapeamento de riscos, na Klabin, tem como direcionadores: prevenir perdas, antecipar eventos e evitar surpresas.

A identificação de riscos segue procedimento específico coordenado pela Gerência de Riscos e Controles Internos com participação das Diretorias, dos gestores dos negócios e das áreas corporativas. Inicialmente são feitas reuniões junto aos colaboradores que possuam amplo conhecimento das respectivas áreas de atuação, para definição dos aspectos principais a serem monitorados, além da avaliação de documentações internas, avaliações de terceiros e cenários da atualidade. 

Os riscos identificados são avaliados em relação ao grau de impacto e de vulnerabilidade através de metodologia definida em procedimento interno da gestão de riscos, que determinará a criticidade do risco. Após essa avaliação, o risco é inserido em um “mapa de calor”, com o intuito de determinar a sua classificação e priorização de tratamento. O grau de criticidade pode ser baixo, médio, alto e crítico. A partir dessa etapa, o monitoramento e acompanhamento dos riscos segue o fluxo junto aos donos do riscos e órgãos de governança da Companhia. 

São realizadas periodicamente pela área de Gestão de Riscos em conjunto com as áreas de negócio as atualizações das matrizes de riscos, que consiste no acompanhamento dos planos de ação, e/ou inclusão de novos riscos.


Aspectos associados à gestão integrada de riscos:

1. Identificação: identificar os riscos e compreender as suas características. 
2. Análise: avaliar a criticidade dos riscos, com base no respectivo grau de Impacto e Vulnerabilidade.
3. Tratamento: decidir como lidar com cada risco de forma a estruturar planos de ação.
4. Governança de Acompanhamento: acompanhamento e revisão dos riscos e planos de ação. Definição e acompanhamento de indicadores dos Riscos (KRI’s).
5. Plano de contingência: Planos de Continuidade do Negócio (PCN) e Governança de Continuidade Operacional.

Para se ter um monitoramento tempestivo, em 2021 foi implementado a realização do Self-Assessement dos planos de ação ao sistema informatizado e integrado com a metodologia utilizada para classificação dos riscos


Principais riscos, medidas de controle e mitigação

   
Principais riscos, monitorados (médio e longo prazos: 3 a 5 anos) – Execução da estratégia de negócios;
– Manutenção da atividade operacional;
– Decisões de processos judiciais;
– Cumprimento da legislação ambiental; 
– Novas tecnologias; e
– Cenários geopolíticos.
Riscos operacionais no processo produtivo

– Utilização de químicos na produção;

– Armazenamento e descarte de resíduos químicos;

– Explosões, incêndios, desgastes decorrentes do tempo e da exposição às intempéries e desastres naturais; e

– Potenciais falhas mecânicas, tempo necessário para manutenção ou reparos não programados, interrupções no transporte, correções, vazamento de produtos químicos e outros riscos ambientais.

Medidas de mitigação

– Monitoramento das atividades críticas como: protocolos de saúde, segurança e ambiental, monitoramento da rede elétrica e respectivas cargas de tensão, tratamento de efluentes;
– Auxílio no desenho e monitoramento dos planos de ação, quando aplicáveis , pela área de Gestão de Riscos.
-  Avaliações dos controles nas operações da Companhia através da execução de testes pela Auditoria Interna, proporcionando asseguração isenta e independente.

– Procedimentos de manutenção contínua e preventiva dos ativos, incluindo paradas anuais das fábricas e desenvolvimento constante dos colaboradores;
– Monitoramento dos indicadores dos riscos prioritários na agenda do CA;
– Apólices de seguros ativas para os ativos e lucros cessantes (parcial);
– Área de Planejamento & Desenvolvimento para acompanhamento das estratégias e do mercado em que a Klabin atua.


Riscos cibernéticos

   
Potenciais ofensores considerados no modelo de proteção da Klabin  

– Insiders (colaboradores, prestadores de serviço etc.), seja por uso indevido acidental ou deliberado (por exemplo, quando ameaçado por terroristas ou criminosos);

– Terroristas que estão interessados em obter e usar informações sensíveis para promover um ataque convencional;


– Concorrentes desleais de negócios e serviços de inteligência, interessados em obter uma vantagem econômica para suas empresas ou países;

– Ciber criminosos interessados em ganhar dinheiro com fraudes ou com a venda de informações valiosas;

– Hackers de vírus que consideram interferir nos sistemas das empresas, apenas por um desafio pessoal ou coletivo;

– Cyberwar: hackers que têm grande quantidade de recursos à sua disposição, devido ao apoio estatal e são qualificados;

– Hacktivistas que têm uma causa para lutar (como motivos políticos ou ideológicos); e

– Crime organizado que está buscando obter resgate (ramsonware).


Medidas de mitigação:

Como mitigação, a Segurança da Informação da Klabin utiliza-se de padrões como ISO 27.001 e a IEC 62.443 e atua nas seguintes frentes:
– Segurança de perímetro: tecnologia para reforçar as soluções de segurança de borda (primeira proteção do mundo externo) e segregação da infraestrutura.

– Segurança de rede: soluções para monitoração e gerenciamento de rede contemplando a proteção contra ameaças, acesso seguro e controlado, filtro de conteúdo e segregação do ambiente.

– Segurança de ponto final (endpoint): proteção dos servidores, estações de trabalho, smartphones e tablets contra ameaças avançadas.

– Segurança de aplicação: proteção das aplicações críticas.

– Segurança de dados: tecnologia para proteção das informações críticas durante todo o ciclo de vida, bem como no local onde elas se encontram, além de copias de segurança e procedimentos de recuperação.

– Monitoramento e resposta: processo responsável pela monitoração das tecnologias e processo de segurança da informação através da gestão de incidentes, indicadores de desempenho e análise forense.

– Prevenção e gerenciamento: baseado na gestão de riscos, governança, arquitetura, treinamento, conscientização e compliance.

– Gestão de patch, ameaças avançadas e prevenção e resposta a incidentes com atuação em cibersegurança, Hardening e simulação de incidentes cibernéticos.

– Segurança de acesso: responsável pelo ciclo de vida dos acessos dos usuários, contas de serviços, administrativas e cofre de senhas.


Riscos emergentes

De acordo com o Relatório 2023 de Principais Riscos Globais produzido pelo Fórum Econômico Mundial, a análise de riscos da Klabin identifica os seguintes riscos de longo prazo:

Risco emergente 1: Risco de perda da biodiversidade
Definição 

Consequências irreversíveis para o meio ambiente, a humanidade e a atividade econômica, e destruição permanente do capital natural, como resultado da extinção e/ou redução de espécies. A perda de biodiversidade e o colapso do ecossistema representam riscos de consequências irreversíveis para o meio ambiente, a humanidade e a atividade econômica.
A questão está classificada em posição de destaque no Relatório do Fórum Econômico Mundial de 2023.
A produtividade e a qualidade das florestas plantadas dependem diretamente da qualidade das florestas nativas, sua biodiversidade e serviços ecológicos.
A perda de biodiversidade ameaça a viabilidade de muitos ecossistemas e, portanto, a produtividade dos negócios da Klabin em sua essência.

Impacto para o negócio  A perda de biodiversidade ameaça a capacidade dos ecossistemas de fornecer recursos e serviços (por exemplo, dispersão de pólen e sementes, controle natural de pragas, regulação de água e clima, conservação de solo e nutrientes etc.) que são essenciais para sustentar os altos rendimentos das plantações da Klabin. Investimentos adicionais em técnicas e P&D para substituir ou compensar artificialmente os serviços ecossistêmicos perdidos aumentarão o custo das operações sem garantia de atingir efetividade satisfatória ou resultados pretendidos.
Medidas de mitigação

A Klabin tem avaliado os impactos desse risco por meio do Programa de Monitoramento Contínuo de Fauna e Flora. Dessa forma, é possível compreender o comportamento das espécies e adotar medidas de prevenção e mitigação, como iniciativas para reduzir acidentes nas estradas, ações de renaturalização e pesquisas científicas.
A Klabin possui um centro de estudo de biodiversidade em seu Parque Ecológico, que tem como objetivo monitorar e restabelecer os níveis de qualidade das florestas por meio da restauração da vida selvagem. Este departamento também é responsável por trazer soluções tecnológicas para acelerar e ampliar o programa de Monitoramento de Biodiversidade, que inclui o rastreamento de espécies com rastreamento de DNA, câmeras de armadilhas, geolocalização e sinais de rádio. O departamento está estudando formas de incorporar sensores IoT para aumentar os dados relacionados e tomar decisões de conservação de forma mais eficiente.

Risco emergente 2: Risco de crise de recursos naturais
Definição  Ameaça existencial envolvendo crises químicas, alimentares, minerais, hídricas ou de outros recursos naturais em escala global como resultado da superexploração humana e/ou má gestão de recursos naturais críticos. A Crise de Recursos Naturais é categorizada pelo Fórum Econômico Mundial como uma Ameaça Existencial. Como empresa de Celulose e Papel e de negócios intensivos em água e terra, a Klabin depende da qualidade dos recursos naturais para entregar produtos ao mercado, e todas as operações da Klabin incorporam em sua estratégia aspectos de gestão ambiental, como água, energia, mudanças climáticas e biodiversidade em uma abordagem de visão sistêmica. Dessa forma, a empresa fortalece seu compromisso em conservar os recursos naturais, como trabalhando para reduzir o uso de recursos não renováveis, controlar impactos ambientais, planejamento e gestão de terras próprias e de terceiros, acesso à água de alta qualidade, bem como uma comunidade segura em geral.
Impacto para o negócio O aumento da demanda por terra para outros fins devido à expectativa de um aumento significativo na população pode elevar os custos de produção, alterar a competitividade dos negócios da Klabin e gerar tensões entre a empresa, a comunidade e as autoridades locais, fomentadas por disputas de recursos hídricos e de terra.
Medidas de mitigação

Avaliado tanto como alta probabilidade quanto impacto, o risco de recursos naturais e seus impactos derivados são abordados na Agenda 2030 da Klabin com metas que visam reduzir resultados adversos nos próximos 10 anos.
Para Disponibilidade de Madeira e Rendimento Florestal, a principal meta para 2030 é manter os níveis de produtividade através de: Ampliar a rede de parceiros florestais por meio do Programa Plante com a Klabin, que abrange grandes e pequenos produtores para aumentar a diversificação das fontes de madeira, e Melhorar a tecnologia de plantio e colheita para utilizar menos solo e operar em superfícies irregulares, sem diminuir áreas de conservação e corredores ecológicos.
Quanto ao uso da água, uma das metas para 2030 é ter 100% das operações florestais sob gestão própria com gerenciamento de hidrosolidariedade, que é uma estratégia baseada no equilíbrio entre a produção florestal e a produção de água. Dessa forma, é possível integrar as diferentes necessidades do insumo, incluindo as necessidades das comunidades vizinhas e os processos ecológicos.

O tema de direitos humanos é transversal na Klabin e considera temas de ordem ambiental, social e de governança, como: Práticas trabalhistas e de Saúde e Segurança, diversidade e não discriminação, relacionamento com comunidades, meio ambiente e proteção de dados.

Apesar de não haver uma política específica que reúna todos os temas de direitos humanos em um único documento, todos eles têm sua governança estabelecida pelo seguinte conjunto normativo: Código de Conduta, Manual Anticorrupção, Política de Sustentabilidade, Política de Diversidade e Empregabilidade, Política de Direitos Fundamentais nas Relações de Trabalho, Política de Responsabilidade Socioambiental na Contratação de Fornecedores, Política de Proteção à vida e Política de Segurança Cibernética.

Todos estes compromissos se baseiam em marcos internacionalmente reconhecidos como: os Princípios Orientadores sobre Empresas e Direitos Humanos, Carta Internacional de Direitos Humanos (que considera a Declaração Universal de Direitos Humanos e os Pactos da ONU sobre Direitos Civis e Políticos, e Direitos Econômicos e Sociais), Convenções da Organização Internacional do Trabalho, Convenções sobre diversidade biológica, meio ambiente e clima. Também são considerados norteadores as diretrizes do Pacto Global e os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), da Organização das Nações Unidas.

Em 2022, não houve relato de nenhum caso ou violação de Direitos Humanos envolvendo a Companhia.

GRI-411-1 SASB-RR-FM-210a.1 SASB-RR-FM-210a.2

COMUNIDADES TRADICIONAIS

Total de área florestal em terras indígenas (em acres)
 

                                                                                                                                                                                                                                      

2022 2021 2020
0 0 0

 

Número de comunidades tradicionais identificadas (buffer de 10km das áreas de manejo florestal da Klabin)

                                                                                                                                                                                                

2022 2021
172 161


A Klabin mapeia todas as comunidades tradicionais de suas áreas de influência, como quilombolas, faxinalenses (comunidades que habitam pequenas áreas e vivem de sua relação com a floresta) e grupos indígenas. No relacionamento com essas comunidades, a empresa segue a legislação brasileira e as recomendações da OIT 169, resolução da Organização Internacional do Trabalho para Povos Indígenas e Tribais, garantindo seu direito ao consentimento prévio, livre e informado (CLPI).

Em 2020, foi concluída a Fase II, de caracterização das comunidades tradicionais identificadas no buffer de 10km das áreas de manejo florestal da Klabin, no Paraná, num total de 81, sendo: 12 terras indígenas identificadas e caracterizadas em 10 municípios; 27 comunidades quilombolas, identificadas e caracterizadas em 6 municípios, e 42 comunidades faxinalenses, identificadas e caracterizadas em 10 municípios. Dando sequência ao processo de identificação de povos tradicionais, foi mapeado recentemente, sobre a base florestal de dezembro de 2022 mais 11 comunidades tradicionais. A próxima fase desse trabalho é a caracterização dessas comunidades.

Em 2022, não houve casos de violação de direitos dos povos indígenas e comunidades tradicionais.

GRI-412-1 SASB-RR-FM-210a.2

Para as unidades e operações do Paraná, foi elaborado um Manual da área de Responsabilidade Social e Relações com a comunidade, bem como demais procedimentos internos, para registro de todo processo de engajamento com os stakeholders.

A área de Responsabilidade Social e Relações com a Comunidade da Klabin atua em diversas frentes, com o intuito de preservar e melhorar o relacionamento da empresa com seus públicos de interesse e partes afetadas; anular ou mitigar impactos causados por sua operação; e, promover ações que contribuam com o desenvolvimento local dos municípios onde ela atua, entre outros. Dessa forma, suas principais frentes de trabalho são:

Atuação preventiva nos possíveis impactos vinculados às operações florestais e fabris da Klabin;
Identificação de oportunidades para o engajamento com a comunidade local e desenvolvimento regional do território;
Promoção e ampliação do diálogo entre a Klabin e o poder público, comunidade local (incluindo comunidade tradicional) e demais públicos interessados.

Em 2021, iniciou-se a ampliação para as demais unidades da Klabin, por conta da atuação corporativa.


Análise de devida diligência em direitos humanos
 

Em 2021, a Klabin iniciou a primeira etapa da devida diligência em Direitos Humanos conduzida por terceira-parte. Este processo teve como base os Princípios Orientadores sobre Empresas e Direitos Humanos da ONU e abrangeu 100% dos negócios e produtos da Klabin, considerando não apenas suas operações, mas também sua cadeia de valor, comunidades e novas relações comerciais (aquisições e joint ventures).

A primeira fase abrangeu um diagnóstico para identificar riscos na visão dos detentores de direitos, e não somente a partir da visão de gestão de risco corporativa, que considera apenas riscos inerentes para a companhia. 

Este diagnóstico considerou os riscos pré-estabelecidos para cada uma das cadeias de suprimentos envolvidas: madeira, cavacos, logística e outros bens e serviços. As comunidades locais são consideradas todas aquelas que podem ser impactadas pelas operações da cadeia de valor da Klabin, incluindo produtores florestais, industriais, logísticos (incluindo portos) e florestais que abastecem a Klabin. 

 

Detentores de Direitos Subgrupos inclusos Riscos Inerentes
Colaboradores próprios e terceiros Mulheres, negros, pessoas com deficiência, pessoas LGBTQI+, dentre outros •    Saúde e segurança
•    Liberdade de associação e negociação coletiva
•    Discriminação e assédio
•    Jornadas de trabalho
•    Salário digno
•    Privacidade 
                   
Trabalhadores da cadeia de suprimentos
Mulheres, negros, pessoas com deficiência, pessoas LGBTQI+, dentre outros;
- Menores de idade
                   
•    Saúde e segurança
•    Liberdade de associação e negociação coletiva
•    Discriminação e assédio
•    Jornadas de trabalho
•    Salário digno
•    Trabalho infantil
•    Trabalho forçado
                  

Comunidades locais

                  
Mulheres, negros, pessoas com deficiência, pessoas LGBTQI+, dentre outros;
- Menores de idade
- Comunidades indígenas e tradicionais

                   
•    Segurança das comunidades
•    Acesso à terra e aos meios de subsistência*
•    Impactos sobre povos indígenas e comunidades tradicionais
•    Impactos ambientais
•    Conflitos envolvendo forças de segurança**
•    Exploração sexual infantil
•    Impacto sobre o acesso à infraestrutura pública
Clientes - •    Segurança do produto
•    Privacidade 

* Inclui meeiros, caseiros, posseiros
** Inclui defensores ambientais e de direitos humanos 

Em 2022, o diagnóstico serviu como base para a segunda etapa da due diligence conduzida por consultoria externa que, por conta de situações pandêmicas e impossibilidade de realizar consultas presencialmente, assumiu a representação da voz ativa dos detentores de direitos, a partir do seu local técnico de fala. A empresa realizou uma análise cruzada do impacto nesses grupos versus a capacidade de gestão da Klabin para cada um dos temas priorizados. O processo gerou um heatmap de prioridades e recomendações, que foram desdobradas em um roadmap de planos de ação de curto, médio e longo prazo:                                                                                       

Tópicos priorizados pelo roadmap de direitos humanos e horizonte de tempo das ações                                                              

  Curto-prazo Médio-prazo Longo-prazo**
Sistema de gestão Compromisso político - -
Avaliação de risco e impacto - -
Avaliação de risco e impacto - -
Adoção de medidas de prevenção e mitigação - -
Monitoramento da eficácia - -
Relatoria - -
Mecanismo de reclamação e denúncia - -
Temas específicos                   

 

                  
Saúde e segurança* Trabalhadores da cadeia de suprimentos -
Liberdade de associação coletiva* Acesso à terra e aos meios de subsistência  
Discriminação e assédio* Salário digno*  
Jornada de trabalho* Conflitos envolvendo forças de segurança  
Segurança das comunidades    
Povos indígenas e comunidades tradicionais    
Impactos sobre a infraestrutura pública
                   
-
Exploração sexual infantil - -

*Temas que incluem colaboradores diretos e indiretos. 

**Ações priorizadas e previstas para, no máximo, médio prazo. 

De acordo com a recomendação da consultoria que conduziu o primeiro ciclo de análise de devida diligência da Klabin, a atualização da avaliação de risco e impacto será realizada após a conclusão da implementação dos planos de ação existentes ou em caso de alteração substancial de algum negócio ou expansão da companhia para novos territórios.

Governança em Direitos Humanos

 

  1.  Todo o processo, achados e recomendações da due diligence envolveram a Comissão Fixa de Sustentabilidade e o Comitê de Sustentabilidade.  
  2. Os riscos identificados a partir do impacto ao grupo detentor de direito foi integrado à Matriz de Riscos oficial da Companhia e o monitoramento com as áreas sponsors é realizado bimestralmente.  
  3. 100% dos planos de ação de curto prazo estão vinculados às metas individuais dos gestores corporativos. 

Assumindo que a due diligence em direitos humanos é um processo contínuo, a Klabin avalia regularmente a atualização do heatmap de capacidade de gestão x impactos a partir de alterações significativas nos negócios e operações.  

 

Ações de mitigação e prevenção

 

Tema % Operações cobertas Ações tomadas   As ações são consideradas suficientes?  KPI
Saúde e Segurança 100 A Klabin possui um Sistema de Gestão de Segurança e Saúde Ocupacional (SGSSO) que abrange todas as operações, colaboradores próprios e terceiros. Seis unidades industriais são certificas ISO 45001. As plantações próprias das unidades florestais são certificadas no FSC Manejo, que avalia aspectos de saúde e segurança dos colaboradores envolvidos nestas atividades. Além disso, são realizadas auditorias periódicas nos procedimentos para avaliar a conformidade com os requisitos do Sistema de Gestão de Saúde e Segurança Ocupacional (SGSSO), ISO 45001 e FSC.
  Também, existem procedimentos para (a) identificação contínua de perigos, avaliação de riscos e determinação dos controles necessários, (b) oferta de treinamentos em SSO de acordo com a função e exigências legais, (c) registro, investigação e análise de acidentes e incidentes, (d) identificação do potencial para emergências e procedimentos para resposta.
Sim
Liberdade de associação e negociação coletiva 100 Todos os colaboradores próprios são cobertos por acordo coletivos. Adicionalmente, o Código de Conduta inclui a liberdade de associação sindical a todos os colaboradores.  Sim
Diversidade e Inclusão 100 Há procedimentos direcionados para endereçar denúncias de assédio e discriminação via Canal de Ouvidoria. São desenvolvidas campanhas, treinamentos, workshops, palestras e rodas de conversa, desde 2019. A maioria das atividades tem como público-alvo todos os funcionários próprios e terceiros. Temas específicos como a racismo, equidade de gênero, vieses inconscientes, linguagem inclusiva, e assédio são abordados para os diversos níveis hierárquicos, nestes eventos e treinamentos. Grupos de acolhimento também são treinados, assim como equipes de Gente & Gestão (que são diretamente envolvidas nesses casos), com o acompanhamento da área de Integridade e de um professor e consultor em Antropologia. Sim
Cadeia de suprimentos 100 O Código de Conduta e as Diretrizes de Responsabilidade Socioambiental para a Contratação de Fornecedores estabelecem os padrões mínimos referentes a direitos humanos para os fornecedores. Para contratos há um documento adicional com padrões mínimos: Caderno de Requisitos Mínimos de Segurança, Meio Ambiente e Saúde Ocupacional para a Contratada. Sim
Trabalho análogo à escravidão e/ou infantil 100 Por ser signatária do Pacto Nacional a Favor da Erradicação do Trabalho Escravo, a Klabin se compromete com o cruzamento de sua base de Fornecedores ativos e inativos, múltiplas vezes ao ano, com os nomes listados no Cadastro de Empregadores que tenham submetido trabalhadores a condições análogas à escravidão (popularmente conhecido como “Lista Suja do Trabalho Escravo”). 
Assim, caso haja algum apontamento, seguem-se as devidas ações tomadas pela Companhia: identificação do fornecedor e serviço prestado (data, local, entre outros dados) e notificação formal à parte demandando esclarecimentos e declaração sobre as medidas corretivas implementadas (e sugestões de aprimoramento, caso necessário). A partir dessa etapa, é avaliado se o fornecedor será monitorado ou se o fornecimento será interrompido. Em 2022, não foram registrados casos de fornecedores da cadeia da Klabin que tenham sido citados em tal lista.
Sim
Comunidades 100 Implementação do procedimento de gestão de conflitos com comunidades, que estabelece um comitê interno para endereçamento das reclamações consideradas procedentes. Além disso, a companhia mantém o Fale com a Klabin, canal dedicado para atender demandas, queixas e reclamações da comunidade.     Sim
Comunidades tradicionais (quilombolas, indígenas, faxinalenses, etc) 100 A Klabin mapeia todas as comunidades tradicionais de suas áreas de influência, como quilombolas, faxinalenses (comunidades que habitam pequenas áreas e vivem de sua relação com a floresta) e grupos indígenas. No relacionamento com essas comunidades, a empresa segue a legislação brasileira e as recomendações da OIT 169, resolução da Organização Internacional do Trabalho para Povos Indígenas e Tribais, garantindo seu direito ao consentimento prévio, livre e informado (CLPI). Sim
Engajamento com partes interessadas 100

.A área de Responsabilidade Social e Relações com a Comunidade da Klabin atua em diversas frentes, com o intuito de preservar e melhorar o relacionamento da empresa com seus públicos de interesse e partes afetadas; anular ou mitigar impactos causados por sua operação; e, promover ações que contribuam com o desenvolvimento local dos municípios onde ela atua, entre outros. Dessa forma, suas principais frentes de trabalho são:
 

  • Atuação preventiva nos possíveis impactos vinculados às operações florestais e fabris da Klabin;
  •  Identificação de oportunidades para o engajamento com a comunidade local e desenvolvimento regional do território;
  •   Promoção e ampliação do diálogo entre a Klabin e o poder público, comunidade local (incluindo comunidade tradicional) e demais públicos interessados.
                  
Sim
Meio ambiente 100  Todas a unidades operacionais possuem um sistema de gestão ambiental que inclui:
  •  sistema para registro de anomalias ambientais dentro das unidades da Klabin, 
  • sistema registro do ocorrências e reclamações de partes interessadas, com a devida análise da ocorrência,  monitoramento dos requisitos legais aplicáveis, 
  • levantamento de aspectos e impactos ambientais de todas as operações,
  •  ações de mitigação (ex.: florestal: mosaico, manejo hidrosolidário);
  •  - programas de monitoramento ambiental nas regiões do entorno.
Sim
Proteção de Dados 100 A Klabin possui estrutura de governança, políticas e procedimentos de segurança cibernética, e faz monitoramento sistemático constante. As políticas e padrões são baseados em normativas ISO e consideram a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD) e o Marco Civil da Internet. Os processo e informações são disponibilizados a todos os funcionários através de uma Cartilha de Segurança Cibernética e de treinamentos. Os fornecedores que têm acesso a dados da Klabin e de funcionário Klabin são informados de suas responsabilidades através do contrato, e preenchem um formulário de Compliance com a LGPD. Sim

                                                                                                                                                                         

A Gerência de Riscos e Controles Internos da Klabin foi criada em 2018 com o apoio e suporte da alta administração (Conselho de Administração e Diretoria). A área busca aplicar melhores práticas para apoiar as unidades de negócio na análise de seus processos, com foco em controles, planos de continuidade de negócio e operacional e avaliação de riscos. Com isso, a Companhia espera fortalecer a atuação preventiva e a segurança nos processos decisórios, tendo em vista o princípio da transparência e o crescimento sustentável.

Em novembro de 2020, foi criada a Comitê de Auditoria e Partes Relacionadas, uma comissão de assessoria ao Conselho de Administração, que tem entre os seus papéis a avaliação dos mecanismos de controle das exposições a risco da Companhia. A gerência de riscos tem no mínimo duas reuniões fixas anuais com esse comitê para promover juntos aos demais membros a metodologia de gerenciamento de riscos e modelo “Tone the Top” atualizando os conceitos e metodologia, e também discussões sobre principais riscos, riscos emergentes e planos de ação. 

No ano de 2021, foi implementado o software de gerenciamento de riscos IB Solutions visando a automatizar o processo de follow-up das ações e controles juntos dos donos dos riscos e das ações, e auxiliar na rastreabilidade e histórico das alterações, e também na criação de dashboards.

A Klabin acredita que a cultura de gestão de riscos em uma organização é o ponto central para promover e concretizar em todos os níveis da Companhia a importância da gestão de riscos. Com relação aos membros do Comitê de Auditoria e Partes Relacionadas, são realizadas no mínimo duas agendas anuais fixas com os membros do Conselho de Administração com o objetivo de atualizar conhecimentos sobre a metodologia de gerenciamento de riscos adotada pela empresa e também discussões sobre os principais riscos, e planos de ação. Além das apresentações regulares de temas relacionados a Riscos ao Conselho de Administração, a empresa iniciou em 2022 um programa interno de educação de lideranças, que inclui treinamento contínuo para novos diretores e conselheiros, abordando temas relacionados a Riscos, como Segurança, Diversidade, Fusões e Aquisições, entre outros.

Os procedimentos associados a gestão de riscos receberam auditoria interna em 2020. Está prevista para 2023 a realização de uma nova auditoria.

Disseminação e propagação da cultura de gestão de riscos

Em 2022, como principais resultados da área de Gestão de Riscos, destacam-se:

– Desenvolvimento e monitoramento de indicadores de acompanhamento (KRI’s – Key Risk Indicators) para os riscos prioritários;

– Implementação do PCN - plano de continuidade de negócios nas unidades fabris com o intuito de aprimorar a gestão de crise nas situações em que os riscos se materializem;

– Desenvolvimento do book de gerenciamento de riscos, com instruções do processo de gerenciamento de risco e gestão de crise da Klabin para atualização dos conceitos, que foi apresentado e distribuído aos gestores da Companhia;
 
- Gestão de riscos está inserida na dimensão governança corporativa e econômico do índice Dow Jones. Na Klabin, o seu cumprimento se dá através de ações de levantamento de riscos emergentes, governança de riscos, disseminação da cultura, entre outros. A Companhia tem uma pontuação em ascensão no tema nos últimos anos, alcançando 94 pontos em 2022; 

- Levantamento e acompanhamento dos riscos identificados relativos aos TCFD – Task Force on Climate-Related Financial Disclosures (Força-Tarefa sobre divulgações financeiras relacionadas ao clima);

- Mapeamento e avaliação, realizados em parceria com a área de tecnologia da automação em relação ao nível de maturidade da segurança de automação das unidades;

- Desenvolvimento de um trabalho em conjunto com o negócio de Embalagens, com intuito de discutir novas tecnologias, identificar e padronizar procedimentos referente ao risco de incêndio nas unidades fabris;

- Realização de ações referente à divulgação e propagação da cultura de gerenciamento de riscos;

– Treinamento junto às unidades fabris focando no gerenciamento de riscos que possam ocasionar crises. Esses treinamentos foram realizados através da aplicação de um simulado “Table Top” junto aos gestores das unidades fabris. Após realização, foi construído relatório com os pontos em que os gestores atuaram de forma positiva e também os pontos que precisam ser desenvolvidos;

–  Divulgação de pílulas de conhecimento através da intranet da Klabin, com o intuito de disseminar e reforçar conceitos utilizados no processo de gerenciamento de riscos;

– Desenvolvimento do treinamento e-Learning disponível a todos os colaboradores, com o foco em instruir sobre os objetivos e vantagens da implementação do processo de gerenciamento de riscos;
 
- Treinamento da área de  Gestão de Riscos em parceria com a área de Seguros para todas as unidades no Brasil e na Argentina, com intuito de disseminação dos conceitos de gerenciamento de riscos.

Periodicidade de Avaliação: A Gerência de Riscos e Controles Internos realizará continuamente acompanhamento e revisão dos riscos e respectivos Planos de Ação conforme a criticidade dos riscos: Riscos Altos e Críticos: semestralmente ou conforme demanda da Comissão de Riscos; Riscos Médios e Baixos: anualmente.

Canais para relato de situações de risco para colaboradores: 

– Os colaboradores são incentivados a reportar qualquer evento de riscos, enviando e-mail para Gestão de Riscos (gestaoderiscos@klabin.com.br);

- Canal de comunicação com informações, políticas e procedimentos de gestão de riscos (https://klabin.sharepoint.com/sites/ComunicacaoGestaodeRiscos)

– A Klabin possui um canal de integridade, e ouvidoria utilizado para comunicação de situações de risco, questões de conduta, descumprimento de políticas e leis. Ele é seguro e administrado por empresa independente, garantindo o sigilo das informações. As denúncias podem ser feitas de forma anônima. Além disso, a Companhia detém um site específico e a comunicação também pode ser feita via telefone;

Cultura de Risco Efetiva

– Nas unidades fabris foram implementados os núcleos de prevenção de crise, que conta com reuniões trimestrais em que os colaboradores podem apresentar possíveis riscos para discussão e questões que possam levar a crises caso venham a se materializar;

– A Klabin tem instituído o Comitê de Crise em cada unidade, com um fluxo de comunicação estruturado para comunicação por parte dos colaboradores de eventos relacionados a cenários de potenciais riscos que podem se transformar em uma crise.
 

Atualizado e verificado em: 26/06/2023