Biodiversidade

KODS 2030

Conduzir a reintrodução de pelo menos duas espécies que sejam comprovadamente extintas localmente e promover reforço populacional de outras quatro espécies ameaçadas
 

Jacutinga (Aburria jacutinga)

A jacutinga (Aburria jacutinga), que estava comprovadamente extinta no Paraná, presta o serviço ecossistêmico de dispersão de sementes, contribuindo para a restauração de florestas naturais.

• No ano de 2022, o projeto de reintrodução de espécies soltou 30 indivíduos. O monitoramento da dispersão, adaptação e formação de casais é feito via antena VHF dobrável, que avalia a sobrevivência e integração dos animais à floresta.
• Na primavera, com o início do período reprodutivo, é possível observar comportamentos como bater de asas, formação de pares e cópulas. Contudo, ainda não foi confirmado se houve reprodução em vida livre.

Papagaio-de-peito-roxo (Amazona vinacea)

Outra espécie que presta o serviço ecossistêmico de dispersão de sementes, suporte fundamental na manutenção da biodiversidade e regeneração de ecossistemas, é o papagaio-de-peito-roxo (Amazona vinacea) endêmico da Mata Atlântica. O pássaro é uma espécie ameaçada, classificado na categoria Vulnerável, nas listas Estadual do Paraná e Nacional de Espécies Ameaçadas de Extinção.

Em 2024, dois novos papagaios da espécie receberam treinamentos para adaptação, enquanto os três que chegaram em 2023 passaram por mudanças na oferta de alimentos, variação no manejo e estímulo à repulsa à presença humana.

KODS 2030
 

Ter 100% dos hotspots de atropelamento de fauna mapeados e com iniciativas para redução de acidentes.
 

Em 2024, a Klabin avançou na sistematização do monitoramento de colisões com a fauna silvestre nas vias que utiliza no Paraná. Entre as principais ações do ano, destacam-se:

- Monitoramento de 6.000 quilômetros amostrais;
- Participação no evento Caminho Certo, promovendo a conscientização de motoristas próprios e terceiros sobre o risco de atropelamento de fauna;
- Encaminhamento de material biológico para fins de pesquisa científica;
- Participação consultiva em projetos viários em fase de estudo, contribuindo com dados e recomendações.

Essas ações integram a meta corporativa de mapear 100% dos hotspots de atropelamento de fauna, um dos principais mecanismos de gestão para a proteção da biodiversidade na Klabin. De 2021 a dezembro de 2024, o foco esteve no diagnóstico, com amostragens mensais, e na elaboração de um relatório técnico final. No período, foram conduzidas 34 campanhas de monitoramento em estradas e rodovias sob influência das operações da Companhia. A partir de 2025, está prevista a implementação de medidas para reduzir os atropelamentos e promover a reconexão de áreas florestais fragmentadas.

KODS 2030

Manter e potencializar o número de espécies de fauna dependentes de florestas de alta qualidade ambiental.

2021	2022	2023	2024	Meta 2030	Mínimo	Máximo
80,4%	77%	73,4%	76%	Manter ou potencializar até 2030	78%	85%

Em 2024, apesar de seguir abaixo do percentual mínimo de 78%, a Klabin registrou crescimento na presença de espécies de fauna que indicam alta qualidade ambiental da floresta, avançando rumo ao patamar de 2022. O aumento é resultado das iniciativas desenvolvidas ao longo do ano e representa o compromisso da Companhia com a Meta 2030.

KODS 2030

Manter pelo menos seis parcerias/pesquisas por ano baseadas em estudos de conservação da natureza e biodiversidade.
 

Em 2024, nos estados do Paraná e de Santa Catarina, foram conduzidas dez pesquisas científicas, mantendo o histórico de superação da meta, de no mínimo seis parcerias ou pesquisas baseadas em estudos de conservação da natureza e biodiversidade. As iniciativas foram as seguintes:

01 - [PR] Via fauna – Ecologia de estradas (análise dos hotspots de atropelamento de fauna);
02 - [PR] FEPAF – Pesquisa de valoração da biodiversidade e serviços ecossistêmicos;
03 - [PR] Neoprim – Projeto primatas Monte Alegre - Estimativa Populacional de Macaco-prego (Sapajus nigritus);
04 - [PR] Instituto Pró Muriqui (UNIFESP) – Serviços de Monitoramento Muriqui-do-sul / Mono-carvoeiro (Brachyteles arachnoides);
05 - [SC] UDESC - Caracterização de óleos essenciais Myrtaceae e utilização no controle de doenças na pós-colheita em maçã 'Fuji' – Doutorado;
06 - [SC] UDESC - Avaliação de áreas em processo de restauração florestal e de áreas em estágio avançado de sucessão em Floresta Ombrófila Mista no estado de Santa Catarina por meio de indicadores ecológicos da Resolução SMA 32/2014 e bioindicadores de fauna (Timbó) – Mestrado;
07 - [SC] UDESC - Qualidade da água do Rio Caveiras avaliada a partir de Análises físico-químicas - Iniciação Científica;
08 - [SC] UDESC - Qualidade da água do Rio Caveiras avaliada a partir de macroinvertebrados bentônicos - Iniciação Científica;
09 - [SC] UDESC - Saberes relativos ao tema solos de educadores da educação básica do Planalto Serrano de SC – Doutorado;
10 - [SC] UDESC - Avaliação do potencial de uso de biossólido em formulações de bioinsumos mistos à base de associação microbiana e de substratos para produção de mudas de espécies florestais – Doutorado.

KODS 2030

Disponibilizar 1 milhão de mudas de árvores nativas para recuperação de áreas degradadas em áreas de parceiros

Em 2024, a Klabin promoveu a distribuição e o plantio de 61.012 mudas de árvores nativas, avançando na meta para 2030. Desde 2020, já foram disponibilizadas mais de 610.000 mudas nativas para recuperação de áreas degradadas em áreas de parceiros.

Distribuição de áreas florestais - Percentual de área florestal destinada à conservação e à manutenção da biodiversidade
 

Em 2024, houve um incremento significativo no ativo florestal da Klabin, em função da aquisição das terras da Arauco, parte do Projeto Caetê.

GRI-304-1

Unidades operacionais dentro ou nas adjacências de áreas de proteção ambiental e áreas de alto valor de biodiversidade fora de áreas de proteção ambiental

RESERVA PARTICULAR DO PATRIMÔNIO NATURAL (RPPN) 

A Klabin tem interface direta com quatro Reservas Particulares do Patrimônio Natural (RPPNs), localizadas nas regiões onde mantém operações florestais, nos estados do Paraná e de Santa Catarina. Essas áreas somam aproximadamente 9.000 hectares e cumprem um papel estratégico na conservação da biodiversidade, na proteção de recursos naturais e na promoção de pesquisas científicas. Por meio dessa conexão, a Companhia fortalece sua atuação ambiental, contribuindo para a manutenção de ecossistemas nativos, como a Floresta com Araucária e os Campos Naturais, além de apoiar a geração de conhecimento sobre os serviços ecossistêmicos prestados nesses territórios. 

RPPN Complexo Serra da Farofa 

• Área: 4.987 hectares 

• Localização: Urupema, Painel, Rio Rufino, Urubici e Bocaina do Sul (SC) 

• Criação: Portaria nº 026/2014, de 27/03/2014 

• Usos: Pesquisa científica, manejo de recursos naturais, conservação e equilíbrio climático/ecológico 

• Observações: 

• Bioma: Floresta com Araucária e campos de altitude 

• Abriga o Centro de Interpretação da Natureza (CINAT), com capacidade para 40 pessoas e acessibilidade 

• Status: reconhecida como RPPN estadual 

RPPN Monte Alegre 

• Área: 3.852 hectares 

• Localização: Fazenda Monte Alegre, Telêmaco Borba (PR) 

• Criação: 1998 – Portaria nº 182 do Instituto Ambiental do Paraná (IAP) 

• Usos: Pesquisa científica, conservação da biodiversidade e proteção de recursos hídricos 

• Observações: 

• Bioma: Mata Atlântica 

• Status: averbada em caráter de perpetuidade 

RPPN Barra Mansa 

• Área: 218,05 hectares 

• Localização: Arapoti (PR) 

• Criação: Data não especificada (informação disponível via ICMBio) 

• Usos: Conservação da vegetação nativa, especialmente Floresta Ombrófila Mista 

• Observações: 

• Vegetação em estágio médio e avançado de regeneração 

• Status: reconhecida pelo ICMBio como RPPN federal 

RPPN Vale do Corisco 

• Área: 507,5 hectares 

• Localização: Sengés (PR – 369,6 ha) e Itararé (SP – 137,9 ha), na escarpa devoniana 

• Criação: Não especificada 

• Usos: Conservação da biodiversidade, paisagem e recursos hídricos 

• Observações: 

• Biomas: Floresta Ombrófila Mista Aluvial, Cerrado e Floresta Estacional Semidecidual 

• Abriga a cachoeira do Corisco (ponto geoturístico) 

• Certificada pelo FSC® (2023) por serviços ecossistêmicos e biodiversidade representativa 

• Status: RPPN reconhecida com atuação interestadual 

SASB-RR-FM-160a.4

ÁREAS DE ALTO VALOR DE CONSERVAÇÃO (AAVC)

A Klabin possui 30 Áreas de Alto Valor de Conservação (AAVC), distribuídas em suas unidades florestais, ocupando uma superfície de quase 25.000 hectares, um aumento expressivo de 6.300 hectares, devida à aquisição das áreas florestais do Projeto Caetê, em 2024. Vinte dessas áreas são reconhecidas pelos seus atributos ambientais relacionados à diversidade de espécies, à conservação ambiental e aos remanescentes florestais, como a presença de espécies da fauna e flora endêmicas ou ameaçadas de extinção. Também são relevantes por sua beleza natural e pela presença de biomas ameaçados. 

PARQUE ECOLÓGICO KLABIN

Criado e mantido pela Companhia desde 1979, o Parque Ecológico Klabin (PEK) localiza-se em uma área com 9.852 hectares, dos quais 91% são cobertos por florestas nativas. Seu objetivo inicial era resguardar atributos excepcionais da natureza, conciliando a proteção integral da flora, da fauna, das belezas naturais e dos mananciais. O PEK ampliou sua atuação e hoje tem a missão de promover a conservação da biodiversidade, a manutenção e reabilitação de animais silvestres, a preservação de espécies em extinção, o desenvolvimento de pesquisas científicas e o apoio aos programas de educação ambiental da Klabin. Sua equipe é dedicada a projetos de conservação, focada no manejo especializado dos animais sob cuidados, além de realizar programas de pesquisa e educação ambiental para professores, crianças e outros interessados.  

GRI-304-1 SASB-RR-FM-160a.2

Unidades operacionais de áreas de proteção ambiental e áreas de alto valor de biodiversidade fora de áreas de proteção ambiental  

* Mais informações podem ser encontradas nos resumos públicos dos planos de manejo.

**A RPPN Complexo Serra da Farofa está localizada nas adjacências da área, respeitando o mínimo de 10 km de zona de amortecimento.

Espécies com algum grau de ameaça de extinção em 2024 (CR, EN, VU)

GRI-304-4 SASB-RR-FM-160a.3

Espécies incluídas na lista vermelha da IUCN e em listas nacionais de conservação com habitats em áreas afetadas por operações da organização, discriminadas por nível de risco de extinção

O monitoramento da biodiversidade ocorre anualmente nas três unidades florestais da Klabin (SP, PR e SC), para avaliar a influência das operações sobre a conservação ambiental das áreas. O valor acumulado, até 2024, foi de 946 espécies identificadas de fauna e 1.971 de flora. Entre elas, 829 espécies de fauna tiveram seu status de conservação reconhecido pela IUCN, sendo 29 classificadas como ameaçadas de extinção (nas categorias CR, EN e VU) e 624 espécies de flora com status de conservação reconhecido, sendo 41 classificadas como ameaçadas (categorias CR, EN e VU). 

Em 2024, a Klabin manteve as Declarações dos Serviços Ecossistêmicos existentes na RPPN Complexo Serra da Farofa, atestadas pelo FSC®. São oficialmente declarados serviços ecossistêmicos:  

- Conservação de Biodiversidade (ES1) 

- Sequestro e Armazenamento de Carbono (ES2) 

- Serviços em Bacias Hidrográficas (ES3) 

A Klabin foi a primeira empresa brasileira a ter três Serviços Ecossistêmicos declarados simultaneamente. A Companhia mantém pesquisas científicas na RPPN para ampliar o corpus de conhecimento sobre os serviços ambientais na área. Com a aquisição de florestas do Projeto Caetê, a Klabin assume a RPPN Vale do Corisco, que possui a certificação para o serviço ecossistêmico, Conservação de Biodiversidade (ES1), concedida pela primeira vez em 2023. 

A Klabin é uma empresa de base florestal, com gestão responsável e comprometida com a biodiversidade, sendo cinco das 23 metas dos Objetivos Klabin de Desenvolvimento Sustentável (KODS) são focadas na preservação e conservação da flora e da fauna (https://klabin.com.br/sustentabilidade/agenda-klabin-2030). 

A qualidade do seu negócio está diretamente ligada à conservação da biodiversidade e aos serviços ecossistêmicos que presta, por isso a Companhia adota o plantio em mosaico. O método intercala florestas de pinus e eucalipto com matas nativas, que são quase metade de suas áreas florestais, criando corredores ecológicos e protegendo habitats. Também monitora atropelamentos em 8.000 quilômetros de estradas próximas às suas operações e desenvolve tecnologias voltadas ao controle de espécies invasoras capazes de afetar o equilíbrio da biodiversidade local, além de adotar a política de desmatamento zero e de conversão zero de florestas nativas em plantações. 

A Companhia mantém em seu território mais de 18.000 hectares de Áreas de Alto Valor de Conservação (AAVCs) e de Reservas Particulares do Patrimônio Natural (RPPNs). Uma delas, a Fazenda das Nascentes, localizada na RPPN Complexo Serra da Farofa (SC), conta com as três certificações FSC® por Serviços Ecossistêmicos - Conservação de Biodiversidade (ES1), Sequestro e Armazenamento de Carbono (ES2) e Serviços em Bacias Hidrográficas (ES3).

Esse conjunto de ações se conecta à estratégia de finanças sustentáveis da Klabin, em uma abordagem de endividamento atrelada a compromissos ambientais e metas de biodiversidade.  

Todas as florestas da Companhia são certificadas pela norma FSC® e PEFC/PEFC. 

Compromissos externos 

A Klabin é signatária de compromissos, como o CDP, Empresas pelo Clima, GHG Protocol, Diálogo Florestal e diferentes acordos internacionais mantidos anualmente a partir das certificações de manejo florestal. O programa CDP Florestas reconheceu a Companhia como líder (A), reforçando seu compromisso de zero desmatamento. 

Centro de Interpretação da Natureza  

Inaugurado em março de 2019, o Centro de Interpretação da Natureza (CINAT), localizado na RPPN Complexo Serra da Farofa (SC), reforça o compromisso da Klabin com a pesquisa científica e a conservação da biodiversidade. A estrutura, construída com premissas sustentáveis para minimizar impactos ao ecossistema local, tem capacidade para abrigar até 40 pesquisadores, oferecendo dormitórios com aquecimento, refeitório e áreas para estudo [1][3]. 

Ao completar cinco anos em 2024, o CINAT reafirmou seu papel estratégico no apoio à ciência aplicada às áreas de conservação, silvicultura e manejo florestal. A RPPN abriga cerca de 1.000 espécies nativas em 5.000 hectares de Mata Atlântica e Campos de Altitude. 

A Klabin conduz pesquisas para avaliação e controle de pragas e doenças, com foco em soluções biológicas. Desde 2020, desenvolve um produto de base biológica para o controle de formigas-cortadeiras. 

A inovação florestal e a transferência de tecnologias no manejo florestal são prioridade. A Companhia avalia fatores bióticos e abióticos para definir a alocação de pinus e eucalipto, buscando ganhos de produtividade nos plantios, de acordo com as regiões de atuação com projetos de expansão florestal. Ainda conta com especialistas dedicados às áreas de melhoramento genético de eucalipto e pinus, biotecnologia e clonagem, nutrição e silvicultura, ecofisiologia, proteção florestal e qualidade da madeira. A Klabin também acompanha pesquisas com espécies transgênicas e novas rotas biotecnológicas, embora não as utilize, mantendo a conformidade com as certificações florestais.